26/07/2024 - 10h46

Construção está mais confiante em relação aos próximos meses

SindusCon-SP
 
Mas pessimismo moderado sobre a situação atual persiste, aponta Sondagem do FGV Ibre
 
Embora ainda moderadamente pessimista sobre sua situação atual, a indústria da construção brasileira está mais confiante em relação à demanda futura e aos seus negócios para os próximos meses. O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 0,9 ponto em julho, para 97,3 pontos, maior nível desde fevereiro deste ano (97,6 pontos). Na média móvel trimestral, o índice avançou 0,7 ponto.
 
Os dados são da Sondagem da Construção do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), a partir de informações fornecidas por 605 empresas entre os dias 1º e 24 de julho. A pontuação vai de 0 a 200, denotando confiança ou otimismo a partir de 100.
 
Na análise de Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, a interrupção da queda da taxa Selic não afetou a confiança setorial e o segundo semestre se inicia com a recuperação das expectativas empresariais em relação aos negócios e à demanda nos três segmentos setoriais – Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados.
 
“Embora a avaliação referente à situação corrente tenha ficado estacionada em um patamar de pessimismo moderado, o indicador de evolução recente segue registrando o melhor resultado desde novembro de 2022. Assim, a Sondagem sinaliza que o setor se mantém aquecido e as empresas estão confiantes na continuidade do ciclo de crescimento pelos próximos meses”, observa a economista.
 
A alta do ICST em julho foi influenciada exclusivamente pela melhora das perspectivas nos próximos meses, enquanto a avaliação sobre o momento corrente ficou estável. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) se manteve estável, ficando em 95,5 pontos. Já o Índice de Expectativas (IECST) subiu 1,8 ponto e atingiu 99,3 pontos.
 
Os componentes do ISA-CST variaram em direções contrárias: o indicador de situação atual dos negócios avançou 1 ponto, para 95,2 pontos, enquanto o indicador de volume de carteira de contrato recuou 1,1 ponto e foi para 95,7 pontos.
 
No âmbito dos componentes do IE-CST, seus dois indicadores subiram, sendo que o de tendência dos negócios nos próximos seis meses cresceu 3,1 pontos, para 97,8 pontos, e, em menor proporção, aquele de demanda prevista nos próximos três meses aumentou 0,5 ponto, para 100,8 pontos.
 
Custos setoriais
 
Ana Castelo observa que a contrapartida ao cenário de alta da atividade é o aumento dos custos setoriais, especialmente da mão de obra. Há três anos, o aumento dos preços das matérias-primas era a principal dificuldade dos negócios no setor. “Atualmente essa ainda é uma questão que figura entre as principais assinalações, mas perdeu protagonismo para a mão de obra, que sobe em decorrência da escassez que vem sendo relatada pelas empresas.”
 
Utilização da capacidade
 
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção cedeu 0,6 ponto percentual (p.p.), para 79,5%.
 
Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos retraíram 0,7 e 0,3 p.p, para 80,8% e 74,1%.
 
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